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Paulo Ghiraldelli abre a conversa relembrando episódios anteriores do FILOMED e apresenta Mario Sergio Cortella, curioso para ouvir como ele enxerga o Brasil atual. Cortella fala do “baú de espantos”, imagem de Mario Quintana para descrever um tempo que mistura avanços admiráveis e retrocessos, lembrando que, mesmo após 1985, sempre houve forças para as quais a democracia nunca foi um valor. Há grupos comprometidos com equidade, mas também setores dogmáticos com os quais o diálogo racional é impossível, o que transforma o espanto filosófico em medo, como se viu na pandemia e em decisões que negam a ciência. Mariangela questiona se esses tempos são pedagógicos, comparando com a época em que Cortella foi secretário de Educação. Ele destaca que não se trata de melhora formal da escola, mas de aprendizagens impostas pelo presente, citando Darcy Ribeiro: “a crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”, lembrando avanços como o FUNDEB, mas dizendo que a escola saiu apenas da “UTI para a enfermaria”. Paulo traz a pergunta de Paulo Freire — “quem educa o educador?” — para refletir sobre como as relações sociais também educam de forma hostil. Na segunda metade, a conversa percorre liberdade, filosofia e convivência democrática. Cortella observa como a ideia de liberdade foi distorcida em práticas destrutivas e defende a conversa como espaço público de pensamento, em tempos em que a filosofia reaparece como um socorro para lidar com a vida acelerada. Ele relata episódios de encontros com leitores em lugares inesperados e comenta o desafio de divulgar filosofia sem banalizá-la, mostrando como diferentes modos de ensinar e dialogar podem alcançar públicos amplos. Episódio Capitulado: 05:20 – Mudanças políticas no Brasil pós-ditadura 13:40 – Desafios da educação e impacto da tecnologia 24:10 – A escola e as lições do tempo presente 31:00 – Quem educa o educador? 37:30 – Novos sentidos da liberdade 42:50 – Manifestações de 7 de setembro e pedidos de anistia 47:15 – Paulo Freire: influência no Brasil e no exterior 52:30 – Filosofia como socorro em tempos de sufoco 56:40 – Diferentes modos de ensinar a filosofia 58:40 – Conversa como forma de pensamento Reflexão sobre a importância de interromper, trocar ideias e manter o raciocínio vivo, retomando a tradição socrática. 🎙️ Apresentado pela dra. Mariangela Cabelo-Ghiraldelli e o prof. Paulo Ghiraldelli. 📚 Episódio com: Mário Sérgio Cortella #filomed #cortella #cortellaoficial