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Música finalista da 42ª Coxilha Nativista (2022). Letra: Juliano Santos Melodia: Kayke Mello Intérprete: Lu Schiavo (Melhor Intérprete) Contrabaixo: Kayke Mello Violão: Felipe Leal Acordeon: Jackson Fabricio Violino: Pedro Kaltbach Violoncelo: Riccieri Paludo PICUMÃ Já fora capão de mato E sombra buena pra o gado. Um palco de som e vida Pra algum sabiá afinado. Já foi moirão de porteira De frente pra o corredor. "Adonde" cruzaram as tropas E os sonhos do domador. Por ser de campo persiste Em não deixar o galpão, Apesar de um fogo grande Vir queimar seu coração. A vida é um ciclo eterno E um dia cobra seu preço. E até mesmo o puro cerno Tem seu fim e recomeço. Eu mesmo recomecei No dia em que vim embora Ao descobrir que a riqueza Estava toda aqui fora. Hoje, vivo arrinconado, Em meu rancho, teu afã. E te encontro transmutado Na forma de picumã. Entre caibros e tesouras, Tisnando a velha chaleira, Encardiste minha palma E a alma pra vida inteira. Talvez um dia compreenda Tua sina - Picumã - De repintar a querência E os sonhos do amanhã!