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Os dois Sonetos de "Amor da Hora Triste" de Álvaro Feijó. Maria Barroso (Olhão, 2.V.1925 - Lisboa, 7.VII.2015), mulher de sonhos, de cultura, de palcos e poesia, ouviu-se ao encontro com Mário Soares pelas palavras de Álvaro Feijó ao vivo no Mosteiro dos Jerónimos, 10.I.2017. • Видео http://www.rtp.pt/play/p3023/e267804/... I Soneto de Amor da Hora Triste Quando eu morrer - e hei-de morrer primeiro Do que tu - não deixes fechar-me os olhos Meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos E ver-te-ás de corpo inteiro Como quando sorrias no meu colo. E, ao veres que tenho toda a tua imagem Dentro de mim, se, então, tiveres coragem, Fecha-me os olhos com um beijo. [Eu, Marco Pólo, Farei a nebulosa travessia E o rastro da minha barca Segui-lo-ás em pensamento. Abarca Nele o mar inteiro, o porto, a ria... E, se me vires chegar ao cais dos céus, Ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus. II Soneto de Amor da Hora Triste Não um adeus distante ou um adeus de quem não torna cá, nem espera tornar. Um adeus de até já, como a alguém que se espera a cada instante. Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar de novo para ti, no mesmo barco sem remos e sem velas, pelo charco azul do céu, cansado de lá estar. E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação. E não quero que chores para fora, Amor, que tu bem sabes que quem chora assim, mente. E, se quiseres partir e o coração to peça, diz-mo. A travessia é longa... Não atino talvez na rota. Que nos importa, aos dois, ir sem destino. Álvaro Feijó (n. 1916 - m. 1941), in Corsário (1940). «O Novo Cancioneiro acolheu o espólio literário de dois poetas que a morte não deixou realizar quanto prometiam: Os Poemas (...), de Álvaro Feijó, cuja combatividade linear e límpida, desentranhando-se de uma anterior formação individualista tingida de erotismo juvenil, se vaza num imaginário de aventura marítima característico do neo-realismo inicial, e em símbolos de antigas vivências religiosas e infantis, às quais atribui um novo sentido revolucionário» (A. J. Saraiva, Óscar Lopes, in História da Literatura Portuguesa). « O seu primeiro livro e único publicado em via, Corsário, dava já, embora mesclado um pouco de sobrevivências literárias e de um sarcasmo algo superficial, o tom do seu lirismo tão peculiar, que nos poemas póstumos tem já uma voz inteiramente própria. A elegância de sentimentos e a segurança tradicional da expressão aliam-se a um sentido muito lúcido e ao mesmo tempo apaixonado dos contrastes do mundo real, para criar uma poesia áspera e fluente, que deu alguns dos melhores poemas da sua época, e em que o pormenor concreto se engasta admirávelmente numa visão directa que só transfigura metafóricamente o estritamente necessário à acção que o poema pressupõe» (Jorge de Sena, in Líricas Portuguesas).