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Publicado em 1984, Até Mais, e Obrigado pelos Peixes é o quarto volume da série O Guia do Mochileiro das Galáxias e representa uma mudança significativa de tom em relação aos livros anteriores. Embora preserve o humor absurdo, a ironia filosófica e a crítica cultural características de Douglas Adams, esta obra assume uma dimensão mais intimista e reflexiva, deslocando o foco do caos cósmico para questões existenciais ligadas ao cotidiano, ao afeto e ao sentido da vida. É, em muitos aspectos, o livro mais humano da série. A narrativa se inicia com um acontecimento aparentemente impossível: Arthur Dent retorna à Terra — intacta. Após ter sido destruído no primeiro livro para dar lugar a uma via expressa intergaláctica, o planeta surge misteriosamente restaurado, como se nada tivesse acontecido. Essa incongruência nunca é plenamente explicada, e Adams a utiliza como recurso narrativo para reforçar um de seus temas centrais: o universo não precisa ser coerente para continuar existindo. A normalidade, aqui, é apenas mais uma forma de absurdo. Arthur encontra-se novamente em um mundo familiar, mas profundamente deslocado. Embora a Terra exista, ele não pertence mais a ela da mesma forma. Suas experiências cósmicas o afastaram do ritmo banal da vida cotidiana, criando um contraste entre a grandiosidade do universo e a trivialidade das preocupações humanas. Adams explora com sutileza essa sensação de estranhamento, transformando Arthur em um estrangeiro dentro de seu próprio planeta. O eixo emocional do romance surge com a introdução de Fenchurch, uma jovem mulher igualmente deslocada, marcada por uma sensação difusa de que algo fundamental está errado no mundo. Diferente das figuras extravagantes que povoam os livros anteriores, Fenchurch é uma personagem profundamente humana, sensível e introspectiva. Sua conexão com Arthur não nasce do espetáculo ou da aventura, mas do reconhecimento mútuo de uma ausência — de um vazio existencial compartilhado. A relação entre Arthur e Fenchurch transforma o livro numa narrativa quase romântica, algo raro na série. Pela primeira vez, Adams coloca o amor no centro da trama, não como idealização, mas como possibilidade concreta de sentido em um universo caótico. Arthur, que até então sobrevivia reagindo aos acontecimentos, passa a desejar permanecer, construir, pertencer. Essa mudança sinaliza uma inflexão temática importante: o foco deixa de ser apenas a insignificância da vida para questionar onde, apesar disso, ela pode encontrar valor. Paralelamente, o livro retoma elementos clássicos da série, como o Guia do Mochileiro, reflexões sobre tecnologia, ciência e burocracia, além de breves aparições de personagens conhecidos. Contudo, essas presenças são mais discretas, quase periféricas. Douglas Adams parece deliberadamente interessado em reduzir o ruído cósmico para explorar as inquietações internas de seus personagens, sobretudo de Arthur. O título do livro remete a uma das piadas mais célebres da série: a revelação de que os golfinhos eram, na verdade, a espécie mais inteligente da Terra e abandonaram o planeta pouco antes de sua destruição, deixando como mensagem final a frase “Até mais, e obrigado pelos peixes”. Nesse volume, a frase adquire um tom mais melancólico do que cômico, funcionando como símbolo da despedida, da incompreensão entre espécies — e, por extensão, entre indivíduos. Adams também reflete sobre a ciência e o desejo humano de explicações definitivas. Arthur descobre que a resposta última para a vida, o universo e tudo mais não trouxe clareza alguma. Ao contrário, o excesso de racionalização apenas ampliou a sensação de vazio. A obra sugere que talvez o erro não esteja na ausência de sentido, mas na expectativa de que ele seja grandioso, matematicamente preciso ou universal. O desfecho do romance reforça essa visão. Em vez de uma conclusão épica ou de uma resolução cósmica, Até Mais, e Obrigado pelos Peixes termina de forma deliberadamente simples e aberta. Adams não oferece respostas finais, mas aponta para uma ideia central: em um universo indiferente, o sentido não é encontrado — é construído. E, muitas vezes, ele se manifesta em gestos pequenos, relações humanas e escolhas cotidianas. Assim, este quarto volume se destaca como uma obra de transição dentro da série. Até Mais, e Obrigado pelos Peixes abandona parcialmente o espetáculo do caos universal para investigar algo mais sutil e profundo: a possibilidade de felicidade, pertencimento e amor em meio ao absurdo. Douglas Adams demonstra que, mesmo quando o universo não faz sentido algum, ainda é possível — e talvez necessário — escolher viver com curiosidade, humor e afeto. É um livro que encerra uma fase da saga com delicadeza, melancolia e maturidade, reafirmando que, no fim das contas, sobreviver ao universo pode ser menos importante do que aprender a viver dentro de si mesmo.