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Nyusi CH0C4 Todos

Filipe Nyusi choca Comité Central com uma “força privada” com uniforme próprio. Deixou a presidência, mas não abandonou os medos Camaradas suspeitam que a sua segurança seja feita por ruandeses O antigo Presidente da República, Filipe Nyusi, conhecido por seu medo exacerbado, a ponto de nos últimos meses do seu mandato ter mandado cavar trincheiras nas cercanias da Presidência da República, para além de bloquear alguns troços aparentemente com receio de alguma invasão ou “golpe de Estado”,  causou, semana finda, um ligeiro mal-estar na Escola Central do Partido Frelimo, na Matola, durante o Comité Central, ao aparecer, mais uma vez, com uma força de segurança aparentemente “privada”, bastante musculosa, com um fardamento diferente do usado pelos homens que guarnecem altos dignitários e antigos Chefes do Estado, o que volta a reacender a especulação de que a sua segurança possa estar a ser garantida por ruandeses. Evidências Quem esteve na Escola Central do partido Frelimo, na Matola, notou a presença de homens altos, fortes, fardados com balalaicas castanho-esverdeadas e óculos, que, de forma indisfarçada, garantiam a segurança de Filipe Nyusi, mesmo quando estivesse no meio dos camaradas. Trata-se de um uniforme que não é comum nas Forças de Defesa e Segurança, sobretudo na casa militar, de onde são destacados os elementos que garantem a segurança do Presidente da República em exercício e dos antigos, o que tem estado a chamar atenção e a causar alguma estranheza. É que nunca antes um antigo Presidente da República precisou de recorrer a uma força privada ou com caracterização diferente das Forças de Defesa e Segurança para garantir a sua segurança, pois o Estado assegura a sua protecção em espaços públicos e privados, sempre com uma forma característica de se apresentar. Desde que deixaram o poder, nem Joaquim Chissano, muito menos Armando Guebuza, precisaram de recorrer a uma força musculosa e com uniforme particular para lhes garantir segurança, seja em eventos públicos, assim como privados. Regra geral, os seguranças dos antigos chefes do Estado são discretos, sem uniforme e só percebe a sua presença quem chega muito perto de um dos antigos Presidentes da República, nomeadamente: Joaquim Chissano e Armando Guebuza, o que é totalmente diferente do antecessor de Daniel Chapo que parece estar a criar a sua própria força com fardamento próprio dentro de um Estado. A postura da força privada de Filipe Nyusi tem estado a chocar os próprios membros do partido Frelimo que questionam a legitimidade do antigo Presidente da República de aparecer nas reuniões do partido com o que aparenta ser uma milícia própria, num País ainda sob controlo das forças regulares. Evidências já tinha informado que Filipe Nyusi estava exilado em Cabo Delgado e que era visto frequentemente com um aparato de segurança considerado robusto para um antigo Estadista, chegando a movimentar cerca de 30 homens de uma só vez. Se recorrêssemos à linguagem militar, seria lícito afirmar que Nyusi, nas suas deslocações, faz-se acompanhar por um pelotão. A primeira vez que se fez a uma reunião do partido com um grupo “privado” de segurança tinha sido em Fevereiro durante o Comité Central extraordinário, mas o facto não tinha chamado tamanha atenção como agora. Num contexto em que se encontra exilado em Cabo Delgado e dada a sua relação com o presidente do Ruanda, Paul Kagamé, com quem tem um contrato secreto, alguns camaradas chegam mesmo a suspeitar que a força que garante a sua segurança seja ruandesa e não da Casa Militar, como previsto na Lei. Filipe Nyusi é conhecido por aquilo que alguns círculos chamam “paranóia de segurança” pela forma excessiva como procura demonstrar a pujança dos seus homens. Ele é quem introduziu uniforme nos homens da casa militar, uma postura que chegou a ser mesmo criticada dentro e fora dos círculos do poder, por parecer um Presidente do País em estado de guerra. Refira-se que antes de Filipe Nyusi decidir introduzir uniforme para a guarda oficial, os homens da casa militar actuavam em várias camadas, com alguns caracterizados e outros, sobretudo os que ficavam ao lado e atrás do Presidente da República, descaracterizados, o que fazia com que por vezes passassem despercebidos.