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Dr Romulo Barale, psicólogo doutor pela Universidade de Basilia Professor Dr Edson Bor-Seng-Shu professor livre docente pelo departamento de Neurologia HCFMUSP Dr Marcelo de Lima Oliveira doutor pelo HCFMUSP Romulo é psicólogo e com 29 anos começou com tremor na mão esquerda e logo teve o diagnóstico da doença de Parkinson. O tremor atrapalhava muito no seu trabalho. Logo que ele voltou para o doutorado passou por uma junta médica para redução da carga de trabalho e um dos médicos da junta falou que ele deveria priorizar para estudar psicologia para ajuda-lo e ajudar os pacientes. Desde então ele começou a ler mais a fim de aprender e a lidar melhor com a doença especialmente no estado off, o que tornou o seu estado off mais brando. Passou a usar a psicologia para sua vida. Sentiu-se limitado na socialização com as pessoas especialmente nas festas que gostava de frequentar. Pensou: estou com Parkinson, mas não posso limitar minhas relações. Daí surgiu o lema: “vou tremendo, mas vou”! Nessa festa ele conheceu sua esposa Bruna. Bruna reparou que Romulo tinha doença de Parkinson, porque seu avô tinha a doença. Ele falou a ela que tinha a doença e perguntou se havia algum problema: ela disse que isso era um detalhe. O principal objetivo desse método “vou tremendo, mas vou” é devolver ao paciente parkinsoniano o prazer de fazer as mesmas coisas que fazia antes no dia a dia. Infelizmente o paciente com Parkinson tende a isolar-se pela depressão ou pela vergonha a doença. O terapeuta tem que reformatar 3 crenças: desamparo, desamor e desvalor. Se essas crenças não forem trabalhadas a paciente irá ter um prognóstico pior. A mudança do ciclo para passar a ter um pensamento mais positivo contrói-se com o tempo. O enfrentamento do dia a dia deve ser positivo auxiliado por técnicas de respiração, autocontrole e autoconhecimento. Além disso, deve-se focar os aspectos positivos da vida. Dessa forma, treinando habilidades o período off será mais ameno, ou seja, o paciente torna-se advogado da doença. Importante ressaltar que há uma diferença grande entre comparação e inspiração. O paciente com Parkinson deve inspirar-se em bons exemplos para poder socializar-se e refutar a comparação. Importante ressaltar que ansiedade e pessimismo contagiam, portanto, deve-se tentar usar a positividade para amenizar os sintomas do paciente. Não há nível de evidencia de que a psicoterapia melhora ou ameniza a doença de Parkinson por dificuldades metodológicas para desenho dos artigos, porém a terapia cognitiva comportamental mostrou-se eficaz com evidencias científicas para tratar os sintomas não motores da doença de Parkinson. É certo que futuramente o tratamento psicológico mostrará eficácia no tratamento da doença. Importante ressaltar que a psicoeducação na doença de Parkinson é personalizada respeitando a individualidade dos pacientes. O resgate das qualidades que o paciente tinha antes da doença é fundamental para melhora o enfrentamento da doença, para estimular o pensamento positivo e para enfatizar as qualidades dos paciente. Existem coisas muito positivas nos pacientes além da doença. Os oito principios do vou tremendo mais vou: 1) a dor é inevitável, permanecer nela é opcional, 2) não existe mente forte que habita um corpo fraco, ou seja, medicar-se adequadamente e praticar exercícios físicos é fundamental para o enfrentamento da doença, 3) ficar bem é uma busca diária constante, 4) reclamar me faz parar e esperar que alguém me atenda um pedido, 5) o desconforto é um caminho para evolução, 6) todo sofrimento esconde alguma oportunidade, 7) vaidade não é arrogância, é oportunidade de voce lidar com a autoestima e a saúde mental, 8) ações tem que guiar seu dia a dia. É importante também informar a familia para melhorar a comunicação com o paciente e vice versa. O paciente também precisa aprender a comunicar de maneira adequada para familia e amigos a respeito da sua doença. O tratamento psicológico só funcionará com tratamento médico adequado com remédios, atividade física e cirurgia se necessário. A medicação te dá estabilidade, porém, paciente deve ter um propósito e objetivo de vida. #psicoterapia #doençadeparkinson #psicologiapositiva