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O Pinheiros é o clube que mais investe em esporte olímpico no Brasil. Em mais de 100 anos de história, foram 12 medalhas conquistadas em Olimpíadas. Só em 2016, 62 atletas do clube estiveram na delegação brasileira nos Jogos do Rio. Angelo Assumpção já foi uma das principais promessas da ginástica artística brasileira, mas está desempregado há quase dez meses. Em novembro do ano passado, ele foi demitido do Pinheiros, clube que defendeu por 16 anos. Até hoje o ginasta de 24 anos ainda não entendeu por que teve o seu contrato rompido. Foi humilhante. Você recebe uma demissão, e eu fui acompanhado até a porta como um marginal. Eles me acompanharam até a porta como um marginal: "Amigão, vai embora daqui". Angelo também é negro e de uma família humilde da Zona Leste de São Paulo. Entrou no Pinheiros quando tinha apenas oito anos. Em 2015, Angelo foi campeão da prova de salto da etapa de São Paulo da Copa do Mundo de ginástica artística, mas em pouco tempo a vitória deixou de ser a notícia principal. Dias depois do título, um vídeo foi publicado em uma rede social. Era o Angelo sendo vítima de injúrias racistas por parte de três companheiros de seleção brasileira durante um período de treinamento em Portugal: Fellipe Arakawa, Henrique Flores e Arthur Nory, também atleta do Pinheiros, que um ano depois foi medalha de bronze nas Olimpíadas do Rio de Janeiro e hoje é o atual campeão mundial da barra fixa. Quando aquilo tudo foi acontecendo na mesa, eu senti que eu era inferior. Eu falei: "Caraca, eu não tenho resposta, não tenho saída". Como essas pessoas próximas de mim, que de alguma maneira sabem a minha história, sabem a dificuldade que foi passar por todos esses racismos dentro da modalidade, como fazem isso? - disse Angelo. Depois da enorme repercussão do caso, um novo vídeo foi divulgado com o pedido de desculpas dos ginastas. Eu não queria gravar aquilo. Não foi uma coisa voluntária. E fica evidente no vídeo, entendeu? Perdoar as pessoas? Não sei te dizer, porque eu estou resolvido com a situação, mas perdoar eu ainda preciso amadurecer mais. Eu não falava, não olhava na cara do Arthur. Foi um momento muito difícil, mas que eu tive que entender que ali era o meu lugar de trabalho, e eu tenho que ser profissional. Você continuar indo ao clube, vendo a pessoa que fez aquela maldade com você, aquele racismo com você, foi muito difícil - contou Angelo. Na época, Angelo e sua família decidiram não processar os envolvidos. O meu maior medo quando tudo isso estava acontecendo era de eu perder o meu espaço. Eu falei assim: "Cara, se eu expor isso realmente, eles podem tirar o lugar que eu estou?" Então eu fiquei quieto por querer continuar exercendo a minha função - contou Angelo. O NOVO GOLPE Nos dois anos seguintes ao caso, duas graves lesões, resultados ruins e depressão para Angelo Assumpção. O bom desempenho voltou na última temporada. Tanto que o ginasta foi personagem de uma reportagem do site oficial do Pinheiros em junho do ano passado. Ele ainda participou efetivamente da equipe do clube que conquistou o Campeonato Brasileiro um mês depois. Justo no momento em que se recuperava na carreira, Angelo diz que voltou a ouvir injúrias raciais. Quando eu comecei a fazer trança, e eu gosto de trança também grande, mas aquilo não atrapalha o meu desempenho. Eu sempre dei resultado para o Pinheiros. Eu sempre fui um cara que anualmente sempre estive presente dentro da equipe, mas ouvi discurso que aquilo atrapalhava o meu desempenho. A minha trança atrapalhava o meu desempenho. Eu escutei isso dentro do Pinheiros, entendeu? É muito complicado você estar se conectando, estar entendendo quem você é, e você recebe isso. Teve uma situação que eu estava todo de lycra preta e de shorts branco, e eventualmente uma pessoa disse que eu estava só de bermuda, entendeu? Então são situações que para as pessoas são despretensiosas, não veem maldade, mas para a gente, que vive isso todos os dias, que entende o que é um racismo estrutural, a gente se machuca demais - contou Angelo. Depois de ser campeão brasileiro, ele decidiu conversar com a diretoria do clube sobre o assunto. Eu fui buscar a direção para que as coisas de alguma maneira ficassem mais normais e para que eu pudesse ter um ambiente mais saudável, mas na verdade eu tive uma outra resposta. Eu recebi uma suspensão por procurar uma coisa que realmente estava fazendo a diferença dentro da minha modalidade. SUSPENSÃO E DEMISSÃO No dia 4 de outubro, Angelo foi suspenso pelo Pinheiros por 30 dias. Eles vieram com um assunto de que haveria uma reconciliação, de que iriam conversar com o pessoal do ginásio. Alegaram isso para mim. Eu esperei, eu assinei, porque como eles alegaram isso, eu acreditei no que estavam falando. Eu pensei que a gente pudesse conversar, porque eu já tinha tentado levar esse assunto no ginásio, sempre foi tratado como "mi mi mi", como o cara do vitimismo.