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Meus novos vizinhos acham que eu sou um viciado

Quando novos vizinhos chegam, a simpatia vira desconfiança: olhares atravessados, cochichos no corredor e um rótulo injusto — “viciado” — colado sem pergunta alguma. Um resfriado, uma sacola de farmácia e chegadas tardias bastam para que o prédio inteiro construa uma narrativa. O narrador tenta explicar, enfrenta a síndica, engole humilhações públicas e descobre o que mais dói: não é a mentira, é a facilidade com que acreditam nela. Mesmo depois de “esclarecido” no grupo do condomínio, algo se quebra. Ele segue morando ali, mas aprende a sobreviver com limites, distância e um “bom dia” que já não encontra olhos.