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Artista: Consciência X Atual Tema: Recanto Obscuro de uma Existência Álbum: A Ressurreição Ano: 2000 Letra: Esteja em paz Aonde estiver Palco de guerra, miséria; o medo impera Habitado por um povo que tira de letra Com muito orgulho, eu sou um filho da periferia, não se esqueça Aqui os privilégios sempre foram limitados Simplicidade é o dilema a qual fui educado Aos poucos vou compreendendo a ideologia Incentivo ocultado, aprendizado escasso A moradia é sem luxo, a casa é bem humilde O rapaz é abalado com o divórcio dos seus pais E como herança, a família o desejava um berço hereditário Chamado honestidade, mas pelo contrário Os sonhos de se destacar na vida predominava Não era simples ambição, era a necessidade Dinheiro, carro e uma bela casa Status financeiro, respeitados na comunidade Gírias de ladrão, mano; tretas do mundão Proceder malicioso, já frequentava a função Não tinha tempo, nem cabeça pra escola O pensamento, um paga pau do mal, e muito pretensão É foda! O bê-a-bá do crime e as leis do cão Lição da rua, o sistema intransigente Praticamente iniciava sua autodestruição Um passaporte para o inferno Eu vi o seu começo, eu me lembro desta época Derivados de tal moda, boné e bicicleta Altas motos na sequência, profissional eficiente 1-5-5, 1-5-7, enquadro competente Apetitoso, não subestimava Queria ser o mais periculoso da quebrada Tantos pecados a serem pagos, tamanha penitência Recanto obscuro de uma existência Durante muito tempo, problemas rotineiros A polícia no encalço, já não tinha mais sossego O PM lá da área era seu espinho O desafio, a crocodilagem no caminho De certa forma, se tornava um alvo imobilizado Na cabreiragem, um refúgio intocado Na malandragem, uma entrada comemorativa Infelizmente um labirinto sem saída Por vingança se tornou um homicida Não suportou ao ver seu mano ser covardemente assassinado Justiça feita, dedo assentado Mas no desfecho descobriu que era capaz de matar Eu tô ligado e mataria novamente se fosse preciso Bicho solto, instinto de matador Encomendou a sua alma, e não se arrependia disso Sangue frio sem remorso, o paga pau do horror Rá! Inicia sua vida criminal A sombra da maldade a curto prazo pode ser fatal E não temia o versículo mais conhecido: Quem fere com ferro, com ferro será ferido Pela primeira vez se encarcerou na detenção Alguns meses na FEBEM, que perrê, rãm? O ódio alimentava sua ilusão Não se arrependeu de seus pecados. Por outro lado Quando sua liberdade foi cantada A ganância já o controlava. Aí, é tudo ou nada! Suas palavras, francamente, me espantavam Conselhos positivos não adiantavam Foi aí que se entrutou, se afundou na ignorância Comercial ilegal, falsa esperança. Ré! O tráfico de drogas realizaria os sonhos de criança Sucessão de dias, meses; reimita-se o cenário Destaque no comércio, fazia o mó sucesso A freguesia, aglomeração de usuários Hã! Dia e noite o consumo é fora de sério Fundo do poço, viciados na destruição A consciência tá tranquila, mano sangue bom Periferia, o baralho, um ponto acima O crack é o rei, a cocaína é a rainha Adivinha, queria pouco mas era ambicioso Não se contentava com o que já tinha Eu via Nos seus olhos refletia um brilho insaciável Insatisfeito, a permanência inevitável Tem pra tomado de assalto, viaturas acionadas Enquadro inevitável Viver a vida inteira atrás de correria Facilmente a previsão de um destino perturbado Limitado, escravo de uma teoria irredutível Seu pensamento já estava irreconhecível Em pouco tempo o mano já tava montado Ele fez à sua cara, andava bem armado Grossos calibres Automática e Matraka Aliados por todo lado Considerado Muito dinheiro o ano inteiro Vejam só, os seus bens conquistados às custas de casqueiros Talvez ousado a subestimar a competição Uma pá de cara crescia o olho, então Entrou em guerra com a concorrência, com várias bocadas Queria mesmo o total domínio da quebrada Várias rajadas na mira do inimigo Não há saída desse labirinto Estava escrito: "Quem tá dentro não sai, um dia a casa cai" Te digo mais por ferro em brasa, a hora da verdade No pé da letra, a culpabilidade ou inocência Recanto obscuro de uma existência Recanto obscuro, liberdade contestada Quem me garante a existência prolongada? Futuro inseguro, o que irá acontecer? Preceito principal da lei do cão: "Matar pra não morrer" Trocou bala com espinho, eu sei que é embaçado Não foi ao chão, alvo mal direcionado PM escamoso ascendeu pesando a sua Recompensa, vivo ou morto Filhos da puta à procura Desnorteado, desorientado Um pensamento tão confuso, indeciso, coragem e medo Resumo de uma vida sem sossego O crime financia os seus sonhos, depois cobra um alto preço Ele ligou numa: "Qual foi a razão? Me diga!" Se estava em ascensão, nada justifica. Aí Tempo esgotado, teoria irrevogável Segundos que não voltam, foi precipitado Tem pra tomado de assalto, viaturas acionadas A fuga já tá dominada G.P.P.E, a sigla; cerco para todo lado Tribunal fatal, já tô ligado Depoimento à mídia, a polícia alega autodefesa Pretexto...