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Senhora do Livramento

Ano 1969 Lugar do Ameal Meus pais eram multifacetados, Lavrador foi nesta vertente, que ouvi desde muito novo, as pessoas que em grupos de mulheres, iam trabalhar para o campo. Meu pai trabalhava várias parcelas de terenos no campo, no tempo do sacho e ceifa, do pão macho também o sacho, convidava mulheres que trabalhavam ao dia, entre muitas conheci as Senhoras: “Dilia, Dulce; Maria, No Cília, Rosa e muitas outra” que em Maio vinham trabalhar para os meus pais, quando se juntavam cantavam varias cantigas enquanto sachavam, entre muitas “O Senhor da Serra”. Nesse tempo faziam a peregrinação ao Senhor da Serra em Ceira, lá prós lados de Coimbra. Daí cantarem este coral, assim como outras cantigas e corais, chegaram até nós oriundas dessas bandas, como tudo na vida cantavam a sua maneira.. Ano 1970 Lugar do Gravanço, Ameal, Assequins Reviver estas cantigas que eram cantadas, nas fainas do sacho, nas ceifas, e novenas, todas tinham o seu local próprio, tanto nas capelas como no campo, tudo se cantava. Mas chegado o domingo, já as raparigas combinavam ir a Senhora do Livramento, para pedirem pelo seu amor que andava distante, levavam para o caminho, água e tremoços e as suas magnificas vozes, que se ouviam em várias aldeias. Chegados a capela rezavam á Senhora do Livramento no Gravanço e no regresso, passavam na capela da Senhora da Memoria, voltavam a rezar, deixavam uma foto junto ao altar para que a Santa olhasse pelo seu amado, enquanto estivesse longe. No final comiam os tremoços e voltavam a cantar, uma novena levava nove pessoas, sendo oito raparigas e um rapaz.