У нас вы можете посмотреть бесплатно DITADOS - HCMORE & IAIÁ или скачать в максимальном доступном качестве, видео которое было загружено на ютуб. Для загрузки выберите вариант из формы ниже:
Если кнопки скачивания не
загрузились
НАЖМИТЕ ЗДЕСЬ или обновите страницу
Если возникают проблемы со скачиванием видео, пожалуйста напишите в поддержку по адресу внизу
страницы.
Спасибо за использование сервиса ClipSaver.ru
DITADOS - HCMORE & IAIÁ - A canção se constrói como um diálogo com os ditados populares, mas não se limita a repeti-los: ela os questiona, desmonta e reinventa. O eu lírico parte da sabedoria oral — frases prontas que parecem explicar a vida — para mostrar sua insuficiência diante da experiência real. Os cães que latem enquanto o tempo passa evocam o ruído do mundo, vozes que acompanham mas não transformam. O choro “por último” revela a ironia da dor inevitável, sem consolo. Logo, surge a crítica ao acaso, ao descaso e ao atraso. Essas palavras rimadas criam uma tríade sonora que simboliza a desordem, o caos que governa a vida sem lógica ou justiça. É nesse cenário que o sujeito propõe uma virada: não aceitar passivamente, mas agir. “Limpando o caminho, tirando os espinhos, abrindo as janelas” — metáforas que representam a luta contra os obstáculos e a libertação. As janelas, especialmente, são símbolos de revelação: abrir horizontes para que prisioneiros de dores e medos possam ver cores e segredos da cidade, arquétipo de descoberta e expansão da consciência. A poesia também se recolhe: o eu lírico fala de um ditado próprio, um lema íntimo, mas decide escondê-lo. Esse silêncio é significativo: a verdadeira sabedoria não precisa ser proclamada em fórmulas prontas. O essencial está na experiência vivida, não na repetição de frases. Por isso, o refrão meditativo “a vida levar” se repete como um mantra, reforçando a ideia de que viver é mais importante do que guardar ditados. Do ponto de vista estilístico, a letra é rica em figuras de linguagem. Há metáforas (“tirando os espinhos”, “abrindo as janelas”), personificação (“o tempo vai passando”), antítese (“chora sorrindo”), além de aliterações e assonâncias que criam musicalidade (“acaso / descaso / atraso”, “prantos e dores / ardores e medos”). A repetição e o paralelismo reforçam o ritmo e a intensidade emocional, enquanto as imagens poéticas — como a cidade e suas cores — ampliam o campo simbólico da obra. Em termos de arquétipos, os cães simbolizam o ruído e a distração; os espinhos, os obstáculos da existência; as janelas, a libertação e a revelação; a cidade, o conhecimento e a transformação; o acaso, descaso e atraso, as forças do caos; e o ditado escondido, a sabedoria interior que se guarda em silêncio. No fim, o verso “a vida levar” é a síntese espiritual: aceitar o fluxo vital, viver com simplicidade, deixar que a vida se cumpra sem se prender às fórmulas. Figuras de linguagem presentes: • Metáfora: o “limpando o caminho, tirando os espinhos” → a vida é comparada a um terreno cheio de obstáculos. o “abrindo as janelas” → metáfora para libertação, acesso ao mundo, descoberta. • Personificação: o “o tempo vai passando enquanto os cães vão latindo” → o tempo é tratado como um ser que caminha, indiferente ao barulho. • Aliteração e Assonância: o “acaso / descaso / atraso” → repetição sonora que reforça a ideia de confusão e falta de sentido. o “prantos e dores / ardores e medos” → musicalidade que intensifica o peso emocional. • Paralelismo e repetição: o “quem chora por último / não chora sorrindo” → reforço rítmico que cria impacto. o “no sumo / na vida / é a vida levar” → repetição que funciona como refrão filosófico. • Antítese: o “chora / sorrindo” → oposição entre dor e alegria, mostrando a impossibilidade de conciliar os dois. • Imagem poética: • “de quem nunca foi à cidade descobrir suas cores” → a cidade é símbolo de descoberta, de expansão da consciência. A canção, então, é um rito de passagem — do ruído dos ditados à descoberta da própria voz. Ela oscila entre crítica e libertação, entre o peso das frases prontas e a leveza de simplesmente viver. O ensinamento final é que não há ditado que baste: o essencial é a vida em movimento, o silêncio que guarda o que não pode ser dito, e a coragem de abrir janelas para ver cores e segredos.