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Hugo Cruz: inventar futuros num presente desconcertante

Em tempos marcados pela incerteza, pela normalização da distopia e pela sensação de impotência coletiva, projetos como Desejar – Movimento de Artes e Lugares Comuns e O Que Fazemos Com Isto? – Pensar Questões Coloniais surgem como convites urgentes à imaginação, à participação e à reinvenção do comum. No centro destes movimentos está Hugo Cruz, investigador e dinamizador de práticas artísticas colaborativas que cruzam arte, política e cidadania. Na qualidade de diretor artístico e coordenador destes projetos, no âmbito da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura, Hugo tem impulsionado um trabalho profundo de escuta, co-criação e experimentação com artistas e cidadãos, devolvendo à arte o seu papel transformador e coletivo. Com um olhar crítico sobre as ausências e silêncios que atravessam o presente, desafia-nos a resgatar a capacidade de desejar outros mundos possíveis. Nesta entrevista, conversamos sobre os processos, os desafios e as aprendizagens que têm marcado estes dois projetos, assim como sobre o papel da arte na construção de futuros mais justos, conscientes e vivos.