Como uma Moeda de '10 Centavos' no Motor Fez o P-47 Brasileiro Voar Mais Rápido que os Alemães. скачать в хорошем качестве

Como uma Moeda de '10 Centavos' no Motor Fez o P-47 Brasileiro Voar Mais Rápido que os Alemães.

História de nossos soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na guerra de 1942 a 1945. O inverno de 1944 na Itália era uma paisagem de cinza e lama, um purgatório de terra batida onde os homens do Primeiro Grupo de Caça da Força Aérea Brasileira, os "Senta a Púa", tentavam fincar raízes. O frio cortante entrava pelos ossos, e a saudade do sol carioca ou das fazendas mineiras era um peso quase tão grande quanto a bomba de quinhentas libras que dependurava sob as asas maciças do Republic P-47 Thunderbolt. Aquela máquina, apelidada carinhosamente de "Juggernaut" pelos americanos, era um trator indestrutível, um caça-bombardeiro pesado, capaz de absorver o castigo inimigo e ainda assim retornar à base com mais buracos que um queijo suíço. Entretanto, por mais resiliente que fosse o P-47, havia uma dualidade inerente à sua força: o peso, que era sua proteção, tornava-se um fardo na altitude e durante as manobras mais críticas. A guerra aérea no teatro italiano estava longe de ser um confronto igualitário; embora a Luftwaffe estivesse em decadência, seus pilotos remanescentes eram veteranos ferrenhos, voando aeronaves mais leves e, em muitos aspectos, mais ágeis, como os ágeis Messerschmitt Me-109 e os robustos Focke-Wulf Fw-190. O paradoxo da guerra era que, mesmo com a superioridade numérica aliada, a diferença entre a vida e a morte frequentemente se resumia a uma fração de segundo, a um metro de altitude, ou a um nó de velocidade extra na subida. Os relatórios dos pilotos voltavam cada vez mais tensos e repetitivos. Capitães experientes, homens que haviam cruzado o Atlântico com a certeza da vitória, narravam encontros onde, no momento crucial de engajamento ou desengajamento—especialmente quando se exigia o máximo da potência do motor Pratt & Whitney R-2800 Double Wasp—o desempenho falhava. Não era uma falha catastrófica, mas uma hesitação, um fôlego curto da máquina no ponto mais alto de sua exigência. A injeção de água-metanol, o sistema que deveria dar o empurrão final, a "bomba" necessária para sair de um mergulho ou alcançar um alvo fugidio, parecia não entregar os cavalos de força prometidos.