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EP "DO NADA PARA O TOPO" © 2017 M'Olho Records Letra escrita e interpretada por: TOPO Produção: CUTLET Mistura e masterização: CUTLET Edição de imagem: TIAGO ORATO Artwork: DIOGO DA MATA CONTACTOS TOPO Facebook: / mctopo2520official Instagram: topo2520 CUTLET Facebook: / cutletbeatmaker Instagram: cutlet_90 Soundcloud: / cutlet90 M'OLHO REC Youtube: / molhorecords Facebook: / molhorecords LETRA: Por quarto fases Perdes quatros faces E o que é que fazes Quando esse tempo todo não volta mais? Em quatro partes tu partes em quatro lados Sabendo que és controlado Por algo que assombra o teu passado Infância, passa de dependência Independentemente de gente que não tem experiência O que é a vida? Pergunta na ciência E se não obtiveres respostas espera pela adolescência Faz a diferença não vás pelo que os outros pensam Pensa com certezas e não por outras cabeças Hoje é criança e amanhã por natureza, tu sabes Tornaste adolescente bem depressa E as brincadeiras já não são aquilo que eram De qualquer maneira apontam dedos quando erram Falam menos quando berram Menos os que esperam Que a idade também ande de acelera E tu só andas apenas pela mulher certa E agora mancas 'tás velho e és uma merda Com vinte anos sentes que nada te completa Que tudo é uma treta E a vida não tem uma meta E para quem anda depressa, tropeça Continuando com pressa, escorrega Se tudo for aprendizagem deixa-me fazer rascunhos E enfrentar todo este drama com comédia Mas aos quarenta aprendes outras matérias Tens filhos e não tens a mesma face dos vinte A fase dos sarilhos já passaram Tens uma família em casa E quem ontem te cuidava Hoje em dia é cuidada Enquanto a idade passa Vagueias no nada para te render luz e água Com contas que pagas As mesma que te atrasam os problemas Como cartas carimbadas que não tardam Enquanto tu te marimbavas Os teus filhos já notavam Que o trabalho tirou-te todo o tempo que eles precisavam Já estás gasto e de energia fraca Desgastas-te com fracos e com companhias rascas Enquanto tu te matas Não vês quem tanto gostavas Acabas com um desgosto E sofrimento na cara Pensavas que esse tempo te curava essas marcas Mas essas feridas quando ficam já não saram Fora as histórias da vizinhança Que mora ao teu lado E sabe tudo o que se passa atrás da porta Já te sentes cota por seguir a mesma rota Atrás de uma cortina com uma rotina morta Esperas a tua reforma aos sessenta Com migalhas que nem sequer te sustentam Pouco te resta na gaveta e lamentas Que para andares tu precisas de muletas E o que era treta Teve afecto ao veres o crescimento dos teus filhos No nascimento dos teus netos Sentir pela distância o que se guarda por perto Assim como uma lembrança guardada para todo o eterno Tempo Mas ele já não te dá conselhos Agora queres um corpo novo Por sentires o teu tão velho Já passaste com três fases E na quarta fase o espelho que te olhas Deixa-te um sorriso feio E tu ostentas que aos oitenta Uma doença corre mal Precorres a várias crenças Numa cama de hospital O anjo que te salva desse instinto prisional É o mesmo que te leva de volta a sentir mal O que te resta são lembranças Em corrida que não querias Fossem relembradas só pelas fotografias O prato que cospias hoje servia de comida Se um dia tu soubesses distinguir a porcaria Daquilo que chamas vida Mas fazes birra A esperança que tens vai e vem reduzida O monitor cardíaco Acompanha a telefonia Quando apita e se pira mais uma velha cantiga Tu tentas ganhar forças Mas não podes colher frutos O caminho torna-se escuro, sem luz E com abutres Que vestem corvos de branco Para o dia da tua morte Deus batalha com o diabo Em troca do teu passaporte Resta-te apenas raízes Que são todo o teu suporte Para teres mais uma fase com saúde se sobrar sorte E se tudo o que viveste Origina depois pó Queres só uma quinta face Ou uma quinta fase só? Quantas faces é que tens? Não é tudo uma fase És só um fruto Pensa nisso Refrão: X2 Já não tens face Foi tudo fases E o que é que fazes Quando esse tempo todo não volta mais? Para onde vais? Nem tu próprio sabes Foi uma fase Que tu nem deste por essas faces