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Milonga abaixo de mau tempo é uma milonga com versos e melodia de Mauro Moraes. Ficou eternizada na voz do grande José Cláudio Machado. Ela foi escrita pelo Mauro Moraes em especial ao seu grande amigo José Cláudio Machado, lá pelos idos de 1980. Estes versos nasceram numa certa feita em que o Mauro pediu pro José Cláudio como que era a lida de tropeiro quando chovia por muito tempo e eles tavam com a bicharada toda no campo. Aí ele contou que geralmente, eles abrigavam a tropa num capão de mato. Que era bem complicada a lida, mas sempre se dava um jeito. Só que o que mais difícil mesmo era aguentar as saudades de casa. Então o Mauro Moraes ficou com aquelas ideias na cabeça e resolveu fazer uma música com esta temática. Então depois da música pronta, o Mauro Moraes foi entregar ao amigo. Pegou seu violão e tocou. Quando finalizou, mirou o José Cláudio Machado, que estava com os olhos marejados. Aí o Zé Cláudio disse: - Tu tens noção do que fizeste? Fiz uma canção para ti - respondeu Mauro, inocentemente. - Não. Tu fizeste um clássico - devolveu José Claudio. Essa música apareceu pela primeira vez na VII Moenda da Canção, de Santo Antônio da Patrulha, no ano de 1993, mas não foi premiada no festival. Depois em 1995, o Zé Cláudio inclui ela no CD Entre Amigos. Em 2001, foi para o CD De Bota e Bombacha, em parceria com o Luiz Marenco. Depois em 2009, regravou ao vivo na Vacaria. E eu to só falando das vezes que o José Cláudio Machado gravou essa música. Por que ela aparece em diversas coletâneas, além do Mauro Moraes também gravou e mais uma infinidade de artistas. Dei uma campeada no tal do Spotify e achei mais de 20 versões. Mas a minha versão preferida, eu vou deixar fixada nos comentários. Então agora que já contamo toda a história, bamo explicar os detalhes dessa baita letra, que justamente conta a história de um tropeiro que está com a tropa de gado parada por causa do tempo chuvoso. Coisa esquisita a gadaria toda Penando a dor do mango com o focinho n'água O campo alagado nos obriga à reza No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas O mango é utilizado pra orientar a tropa quando tá cruzando o rio com correnteza. Vai batendo no gado pra eles não se perderem rio abaixo. E pro peão só resta rezar pra que a chuva pare e consigam completar o jornada sem perder animais. Olhar triste do gado atravessando o rio A baba dos cansados afogando a volta A manha de quem berra no capão do mato E o brado de quem cerca repontando a tropa Os detalhes da poesia são demais, o olhar dos bichos sofrendo pra atravessar. A baba sendo diluída na água. O brado, o grito do tropeiro que tá cercando a tropa pra não deixar o gado dispersar. Agarra amigo o laço, enquanto o boi tá vivo A enchente anda danada, molestando o pasto Ao passo que descampa a pampa dos mil réis Agarrar o laço pra tirar boi da água. Enchente amassa o pasto e vai descampando a pampa e também levando o lucro da tropeada. Os mil réis, que depois virou merréis e por fim merreca. E a bóia que se come, retrucando o tempo Aparta no rodeio a solidão local Pealando mal e mal o que a razão quiser Chega uma hora da tropeada que o peão tem que se alimentar e não interessa como que tá o tempo. Tem que retrucar o tempo e pelear com o que a razão quiser. Amada, me deu saudade Me fala que a égua tá prenha, que o porco tá gordo Que o baio anda solto e que toda cuscada, lá em casa, comeu Aqui o tropeiro sente saudades de casa e da sua prenda, sua amada. Quer saber como estão as criações e o bicharedo e se está tudo em ordem pelas casa. E aqui é interessante, que o Mauro usou um cavalo que o José Cláudio Machado tinha. Um cavalo baio, de nome Bandolim. Coisa mais sem sorte esta peste medonha Curando os mais bichados, deu febre no gado Não fosse a chuvarada se metendo a besta Traria mil cabeças com a bênção do pago No meio das tropeadas a peonada tinha que estar preparada pra tudo. Curar o gado, as peste e tudo mais. E que se não fosse as intempéries, entregaria a tropa inteira. Dei falta da santinha, limpando os peçuelos E do terço de tento nas prece sinuelas Logo em seguidinha é semana santa Vou cego pra Barranca e só depois vou vê-la Os peçuelos são os alforjes, onde são guardadas as coisas pessoais dos tropeiros e até comida. O terço de tentos é um artefato cristão, feito em couro que representa a fé dos campeiros. E é finalizada a poesia com uma referência ao Festival da Barranca, que acontece sempre na Semana Santa, na cidade de São Borja, nas barrancas do Rio Uruguai desde 1972. Então mostra que além de tropeiro, o gaúcho tinha dons de cantador, tal qual o homenageado, José Cláudio Machado. E é a mais pura verdade! E como o José Cláudio Machado previu ao ouvir Milonga abaixo de mau tempo pela primeira vez, essa música se tornou um clássico. Uma das mais bonitas e marcantes do nosso nativismo.