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A criança pequena é um verdadeiro ninho de necessidades, anseios e desejos explosivos e irresistíveis. Nenhuma palavra a criança pequena usa mais do que “eu quero, eu quero, eu quero”. Elas são constantemente atormentadas pelos desejos que são agora obrigadas a ter para poder suportar a vida que lhes foi dada assimetricamente, e à qual são obrigadas a se agarrar (anseios que seus pais escutam distraidamente e sem levar demasiado a sério). Elas pedem aos gritos aquelas coisas das quais acreditam precisar, a maioria das quais os progenitores negam, tentando explicar-lhes – demasiado tarde – que o mundo não está sujeito a seus desejos, verdade singularmente dolorosa uma vez que os progenitores colocaram a criança num corpo que é puro desejo insaciável. Julio Cabrera, Mal-Estar e Moralidade: Situação Humana, Ética e Procriação Responsável, 2018, páginas 521 As crianças pequenas continuam chorando muito durante vários anos; choram e choram; esse é um penoso e constrangedor espetáculo que vemos constantemente nas ruas: crianças chorando e chorando sem parar, a maior parte das vezes no meio da indiferença dos adultos, e muitas vezes com seus risos ou impaciência. Os choros das crianças poderão muitas vezes nos incomodar, mas teremos que fazer um esforço para compreender que elas estão certas e que seu choro é reivindicação. Teremos que aceitar, comovidos, esses choros estridentes e incômodos como atos políticos, embora instintivos, reações perfeitamente compreensíveis ao que foi feito com esses pequenos seres ainda indefesos e vacilantes. O choro de uma criança teria que nos merecer, em primeiro lugar, o mais profundo respeito, porque provém da mais insondável raiz do seu desamparo, da sua humanidade constituída à força, em lugar de gerar essa atitude frívola e supostamente “superior”, ou de mera irritação, com que os adultos enfrentam o choro perfeitamente justificado do ser ao qual deram um mundo. Algumas crianças choram e choram até bem avançada idade, até encontrar outras formas de protesto. Julio Cabrera, Mal-Estar e Moralidade: Situação Humana, Ética e Procriação Responsável, 2018, páginas 520-521.