Nossa Senhora da Assunção, um dos mais belos santuários marianos de Trás-os-Montes - Portugal скачать в хорошем качестве

Nossa Senhora da Assunção, um dos mais belos santuários marianos de Trás-os-Montes - Portugal

O santuário de Nossa Senhora da Assunção, situa-se no Lugar do Cabeço, na freguesia de Vilas Boas, concelho de Vila Flor, distrito de Bragança. Ocupa a parte superior de uma colina, sobre a encosta de uma elevação com cerca de 725 m de altura, onde se erguia um antigo castro, cujas estruturas foram destruídas, em grande parte, na sequência de trabalhos agrícolas e posteriormente, derivado á edificação do santuário durante os séculos XIX, XX, XXI. Junto do píncaro apareceram restos de um muro que fazia parte de uma fortificação antiquíssima, em volta do píncaro houve a descoberta de muitas moedas romanas, inclusive de sepulturas escavadas na rocha e outras feitas de tijolo; onde está a capela do Calvário encontrou-se a cisterna do castelo; quando foi construída a escadaria próxima, encontrou-se o encanamento que conduzia a água para a dita cisterna; também próximo do píncaro surgiu uma grande quantidade de escórias de preparação de metais. A igreja, no cimo da elevação, domina a paisagem envolvente, com vista de 360º sobre as aldeias e campos agrícolas desenvolvidos em vastas extensões ao longo do Vale da Vilariça e das áreas que o enquadram, tendo por pano de fundo, as cumeadas distantes das serra e do extenso vale do Rio Tua. A igreja ergue-se sobre uma plataforma nivelada, adaptada ao declive acentuado, formando adro, frontalmente de perfil curvo, com pavimento lajeado, delimitado por gradeamento ritmado por acrotérios, dos ângulos sobrepostos pelas estátuas das Virtudes: Fé, Esperança, Caridade e Gratidão. Em 1670, há referência à existência de uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora, no cabeço de Vilas Boas; em 1673 existe a referência que a capela está ao abandono e serve para recolha de gado nos dias quentes de verão; mas nos dias 4, 7 e 8 de setembro vem descrito três aparições da Virgem a uma menina de dez anos, de nome Maria, filha de um habitante de Vilas Boas, chamado Jácome Trigo, a quem pede para consertar a capela. Em janeiro de 1712, Frei Agostinho de Santa Maria, faz referência que este já seria um dos santuários mais concorridos, guardando-se na sacristia um livro de registo dos milagres, devido à extraordinária ocorrência de tantos fiéis, e não havendo outro caminho além de uma escabrosa e estreita senda a qual se acedia até à capela, fez com que em 1715 um capitão-mor de Lamego, manda-se fazer à sua custa, uma estrada, onde trabalharam 15 homens. Á capelinha aflui imensa gente, das mais diversas terras, as quais percorrem grandes distâncias até ao santuário, que ao longo de mais de 80 anos, contribuem com cada vez mais, notoriedade e fama ao lugar, comprovando os muitos milagres dos quais os fiéis são alvo. Em 1837 dá-se o início da construção do atual santuário fundado por António Aires de Soveral e com projeto de Manuel José da Costa Pinto. Em 1843 as obras ainda estão no início por falta de recursos. mas em 1844 Francisco Leite Pereira d'Almeida, administrador do Concelho, desejando por cobro ao desleixo e má administração do santuário, depois de conferenciar com o governador civil do distrito, propõe a formação de uma comissão de nove cavaleiros para gerir as rendas do santuário. 1844 / 1860 edificação de quatro capelas na encosta e compra das respetivas imagens pela primeira Comissão de administração das rendas do santuário; a sua gerência apura 7:980$313 e despende 6:900$485, deixando o saldo de 1:079$828. 1848 pagamento de um manto e saia azul para a imagem de Nossa Senhora. 1854 / 1855 construção da casa da Comissão ou casa dos milagres, orçada em 1:450$850. 1858 data do programa mais antigo das festas do santuário, existente no Museu Municipal de Vila Flor. 1859 A instituição da festa de Santa Eufémia, com imagem feita neste ano e trazida em procissão de Vila Flor, no 3º domingo de setembro, dia da sua festa. 1860 a construção de mais duas capelinhas, 12 julho ofício do governador civil nomeando a segunda Comissão do santuário. 1861 compra no Porto de dois lampiões grandes, dezasseis pequenos e duas dúzias de torcidas para iluminação do santuário. em 1862 conclusão da escadaria frontal em substituição da estreita escadaria existente, mas que obriga à demolição de duas das sete capelas feitas, ficando reduzidas a cinco; em 1864, 13 - 14 e 25 - 26 de dezembro, durante estas noites fazem-se sentir dois tremores de terra, que provocam a queda de metade da casa do ermitão e arruínam a igreja, onde se abre uma grande fenda junto à porta travessa virada a Norte; pouco depois procede-se à reconstrução da casa do ermitão; em 1866 contratação do Dr. Carmo Rodrigues para acionar judicialmente os devedores de juros ao santuário; elaboração de planta do santuário pelo engenheiro Eduardo Dinis Lopes, aproveitando as obras já feitas. 1886, 8 março - início do douramento da talha, arrematado pelo entalhador José da Costa, por 1:600$000, sendo toda a sua talha de madeira folheada a ouro de 23 quilates; antes do início do douramento, estucam-se os tetos por 150$000.