#03 A FORÇA que virou PRISÃO скачать в хорошем качестве

#03 A FORÇA que virou PRISÃO

Você sabia que nem toda força é saudável? Às vezes, o que você chama de força é exatamente o que mais te machuca. Eu te digo isso porque essa foi uma realidade que eu vivi por muito tempo. Quando a força que você exerce te impede de pedir ajuda, te impede de contar com alguém, te impede de dizer que está cansada… essa força deixa de proteger e começa a aprisionar. E olha que coisa contraditória: quanto mais forte você acha que está ficando, mais debilitada emocionalmente você pode estar. Quanto mais você suporta tudo sozinha, achando que está sendo madura, responsável, exemplar… mais você se distancia da sua humanidade. Porque nenhum ser humano foi criado para dar conta de tudo o tempo inteiro. Mas a gente aprende isso cedo. Que precisa ser forte. Que não pode falhar. Que não pode cansar. Eu me cobrei assim por muito tempo. Eu precisava dar conta da casa. Da educação das minhas filhas. Ser uma mãe firme, mas calma. Presente, mas produtiva. Afetuosa, mas inabalável. E essa exigência constante criou uma confusão emocional tão grande que eu cheguei a acreditar que estava quebrada. Mas não estava. Eu estava sozinha demais. Eu me privei de pedir ajuda. Me privei de buscar apoio. E o resultado disso foi solidão, ansiedade e confusão. Em um momento muito profundo da minha jornada, eu me fiz uma pergunta dolorosa: “Será que me amam… ou será que amam a minha força?” Será que me amam por quem eu sou ou pelo quanto eu resolvo? E talvez você, que é mãe, profissional, cuidadora, já tenha se perguntado algo parecido. Não estou dizendo que não devemos apoiar quem amamos. Mas quando tudo depende sempre de você, algo está fora de lugar. Eu tinha medo de colocar limites. Medo de dizer não. Medo de decepcionar. Porque, no fundo, eu acreditava que, se deixasse de ser forte, deixaria de ser amada. E quando você começa a dizer não depois de muitos sims, as pessoas reagem. Não porque você está errada, mas porque estão perdendo benefícios. Isso faz parte do processo de cura. Foi aos poucos que eu reorganizei minha vida emocional. Dia após dia. Impondo limites. Aceitando ajuda. Reconhecendo que eu não preciso ser forte o tempo inteiro para ser importante, para ser amada, para ser valorizada. E hoje eu quero te deixar uma pergunta muito honesta: Se você deixasse de ser forte hoje… quem você tem medo de decepcionar? Se você mostrasse sua vulnerabilidade, se dissesse que não está bem, se pedisse ajuda… quem você acha que perderia? Essa pergunta é profunda. Porque ela aponta para a raiz de tudo. Muitas vezes, a gente faz o que faz para validar o próprio valor. Mas o seu valor não nasce do quanto você aguenta. Talvez você não precise ser menos sensível. Nem menos amorosa. Nem menos preocupada com quem você ama. Talvez você só precise ser menos exigida consigo mesma. E isso… já é liberdade começando.