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O Sultão do Ocidente, o Último Grande César, o maior entre os freiráticos, o pródigo, o magnânimo, o absoluto. As leituras da obra de Padre Vieira, impostas por seus preceptores em sua adolescência, aborreciam Dom João V, máximo governante de Portugal entre 1707 e 1750. Preferia os versos de um de seus amigos favoritos, Caetano José da Silva Souto-Maior, um erudito de raro talento que enveredou pelo poema satírico, por vezes libertino, para agradar o monarca, que ria à farta não só das palavras escritas do sujeito, também de suas atitudes como juiz e corregedor, criativo muitas vezes, jocoso, mas justo e zeloso, querido pelo povo de Lisboa, igualmente bem-afeiçoado de seu rei. Souto-Maior foi um dos membros-fundadores da Academia Real da História Portuguesa, criada por João V em 1720. Se não tinha o rei grande refinamento intelectual, foi o mais notável patrono das artes, da literatura e das bibliotecas entre os que passaram pelo governo de Portugal e do Brasil. Soube também se cercar de bons homens de seu tempo, como o santista Alexandre de Gusmão, reconhecido por sua inteligência apesar da origem humilde. Seria Alexandre o artífice do Tratado de Madrid, assinado pouco antes da morte do Rei-Sol de Portugal, como também foi chamado, em comparação, não indevida, com Luís XIV de França. O acordo gestado pelo brasileiro, apoiado pelo rei, por seus mais destacados diplomatas e pela consorte de Espanha, Maria Bárbara, filha primogênita de João V, foi altamente vantajoso para Portugal, dando ao Brasil, em linhas gerais, o formato atual, a metade mais naturalmente privilegiada da América do Sul. Era devoto e supersticioso, porque fora visitado pelo que viu como milagres mais de uma vez, como a remissão de graves doenças ainda na infância e juventude e a geração de descendência pelo casal real, após um preocupante período estéril inicial. Na sua fé não diferia do português comum de seu tempo. Se pecava tanto em alcovas indevidas, tratava-se de apetites próprios de um homem vivaz e a vontade de experimentar a penitência, pois para haver penitência há de antes haver pecado a confessar, tanto mais para quem vivia cercado de homens de Igreja, como o Frei Gaspar da Anunciação, que muito lhe ajudava nas lides amorosas para além do Paço da Ribeira, a residência oficial e sede do governo. Foi Frei Gaspar, a propósito, que chegou a tempo de evitar que o rei em pessoa literalmente cortasse fora os documentos de um nobre de família titulada, ato de extremos ciúmes por estar em disputa o amor de Luísa Clara de Portugal, a mais bela entre as muitas amadas de João V. Quanto à Flor da Murta, como Luísa passaria à História, tinha ela 27, ele 40, quando a paixão os uniu, ela casada e mãe de três filhos. O esposo, Jorge de Menezes, recolheu-se a sua quinta no interior, onde morreria desgostoso poucos anos depois. Viúva, ela ainda despertaria a atenção e o cuidado de apaixonados outros antes de deixar o mundo, aos 77 anos, em 1779. Da união com o rei nasceu Maria Rita Gertrudes de Portugal, que o soberano não reconheceu, mas cuidou de bem aquinhoar e proteger. De filhos tidos fora do lar real, reconheceu três, de três freiras diferentes, tendo sido Madre Paula de Odivelas a mais famosa, geniosa e duradoura delas. Advertido pelo papa a evitar o escândalo de visitá-la com frequência no convento, o rei construiu luxuoso palacete contíguo ao estabelecimento religioso, de modo que a amada e concubina pudesse transitar com facilidade entre a segunda casa do rei e o sagrado retiro em que se dedicava à devoção a Deus. Fez mais João V: apertou as leis e as normas para coibir as generalizadas visitas de nobres, burgueses, belos mancebos e poetas aos claustros, hábito disseminado em todo império português onde houvesse conventos. Madre Paula passaria o resto de seus dias naquele recolhimento, tendo morrido aos 66 anos e sendo lá sepultada. Os filhos tidos debaixo de tetos religiosos, todos varões, foram dados a criar pelo Marquês de Louriçal, em palácio tido por este nos arredores de Lisboa, num lugar denominado Palhavã, daí ficarem conhecidos como “Meninos da Palhavã”. Todos eles fariam carreira na Igreja, tendo alcançado algumas das mais altas posições clericais do Reino.