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O governo italiano surpreendeu a diáspora ao publicar, em 17 de novembro, um decreto que abre aos ítalo-descendentes do Brasil, Argentina, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Venezuela e Uruguai a possibilidade de ingresso na Itália por meio de trabalho subordinado — fora das cotas normalmente atribuídas a trabalhadores estrangeiros. A iniciativa dividiu opiniões. Para alguns, trata-se de uma oportunidade concreta de trabalho e, quem sabe, de uma discreta “porta lateral” num momento em que o reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue se tornou extraordinariamente restritivo. Para outros, o gesto é visto como nova ofensa à própria história da emigração italiana: onde ficam os milhares de profissionais liberais, médicos, empreendedores, dentistas, cientistas, doutores, advogados e tantos outros que a Itália enviou ao mundo e que hoje formam uma comunidade qualificada e plural? Hoje, às 13 horas, conversamos com o deputado Fábio Porta, representante da América do Sul, para entender o alcance real do decreto, seus limites e suas implicações políticas para a diáspora. Uma entrevista necessária em meio a um debate que toca diretamente a dignidade e o futuro dos descendentes de italianos no exterior.