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Os filósofos antigos sublinhavam a importância da virtude da prudência, que vem do grego σωφροσύνη (translit.: sophrosyne). Antes de partir propriamente à sua definição, urge que se diferenciem três realidades básicas presentes dentro de nós: tratam-se do pensamento, da vontade e do desejo. Essas três coisas são chamadas pelos filósofos - especialmente por Platão - de faculdades (ou potências): há, assim, a faculdade racional, a faculdade irascível (do grego θυμός, thymós) e a faculdade concupiscível (do grego ἐπιθυμία, epithumia). No falar do dia a dia, as pessoas não distinguem muito bem a “vontade” do “desejo”, mas são duas coisas diferentes. É possível que queiramos uma coisa que não desejamos. Quando, por exemplo, se faz jejum, há um apetite para a comida - deseja-se a comida -, mas, com um ato de vontade, a pessoa diz: “eu não quero comer”. Antes de mais nada, é preciso distinguir o aprendizado da filosofia e a cultura filosófica. É possível saber as opiniões filosóficas de várias pessoas - que é o que se vê no curso de “história da filosofia” - sem saber filosofia. Ao contrário, alguém que verdadeiramente filosofa não se limita a repetir as ideias de outrem, esboçando argumentos ad autoritatem, mas procura identificar a veracidade daquelas ideias, investigando se correspondem à realidade. Vejamos, então, se estas três faculdades das quais falavam os filósofos antigos podem ser percebidas na realidade: todos nós vemos que somos capazes de pensar. Somos capazes de pensar a respeito de Deus, das pessoas e dos objetos à nossa volta. Ao mesmo tempo, porém, este mundo racional, dentro de nós, também tem forças que agem sobre ele: somos capazes - e isto é bastante nítido - de irritar-nos com os outros ou com determinadas situações[1] (esta é a faculdade irascível) e somos capazes de desejar uma mulher, um sorvete, a fama, o sucesso, as virtudes, o Céu etc (esta é a faculdade concupiscível). Tratam-se, portanto, de três realidades que vemos dentro de nós. Outro dado perceptível pelo simples exame dos fatos: a ira e o desejo podem atrapalhar nossa capacidade de enxergar a verdade, nossa faculdade racional. Por exemplo: um homem quer se casar com uma menina. Toda a família do rapaz enxerga que aquela menina é imoral, mas ele está tão atraído por ela que mantém o propósito de casar-se. O seu desejo está, claramente, cegando sua razão. É com esta mesma realidade que os profissionais do marketing contam para produzir seus anúncios: a associação entre os sons, as imagens e as palavras de um comercial podem hipnotizar uma pessoa, ainda que o produto mesmo não valha a pena. Também a ira é capaz de distorcer a realidade. Acontece algo em uma comunidade e as pessoas começam a interrogar quem é o culpado daquela situação. Imediatamente, alguém aponta o dedo em riste ao seu desafeto, sem nenhuma prova de que foi mesmo ele o culpado. A ira daquela pessoa está obscurecendo a sua razão. Quando as pessoas ficam com uma raiva muito grande, a sua visão física fica escura. Trata-se do reflexo de algo que acontece muito mais com a visão racional: a faculdade irascível também pode obnubilar nossa busca pela Verdade. Em que consiste, neste sentido, a virtude da prudência? É justamente colocar de lado os nossos desejos e as nossas raivas para enxergar os fatos objetivos. De acordo com um adágio latino antigo, é agir “sine ira et studio – sem ira e sem preconceito”. Em nossa mente, “prudência” tornou-se sinônimo de cautela, mas ela é muito mais profunda que isso. É a virtude de enxergar a realidade e as coisas como elas são, sem se deixar levar pelos desejos e pela ira desordenados.