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A GORDURA COMO FERRAMENTA EVOLUTIVA: AMIGA OU INIMIGA? A gordura sempre esteve presente na equação da vida. Não como um vilão, mas como um mecanismo sofisticado de sobrevivência, esculpido por milhões de anos de evolução. No mundo natural, o acúmulo de gordura não é um erro, mas sim uma estratégia altamente planejada. Basta observar os ursos que, antes da hibernação, entram em um estado de hiperfagia, consumindo grandes quantidades de alimento para armazenar energia e resistir ao inverno. Durante esse período, seu metabolismo desacelera drasticamente, suas funções vitais entram em modo de economia extrema, e sua gordura se torna seu seguro de vida. Fenômenos semelhantes acontecem em outros animais. Os esquilos hibernantes, por exemplo, fazem sua temperatura corporal despencar para 4°C, tornando-se praticamente imóveis, mas ainda vivos. Seu coração continua batendo em um ritmo desacelerado, queimando a gordura armazenada para garantir que tenham energia suficiente até a primavera. Na Amazônia, o peixe Pacu segue o mesmo princípio: durante seis meses de abundância, consome frutas e engorda; nos seis meses de escassez, sobrevive quase sem comida, utilizando suas reservas de gordura para sustentar o metabolismo. O padrão é claro: na natureza, gordura é poder. Uma arma contra tempos difíceis. O PARADOXO HUMANO: QUANDO A ABUNDÂNCIA SE VOLTA CONTRA NÓS Se a gordura sempre foi uma vantagem evolutiva, por que hoje ela parece estar nos matando? A resposta está no contexto. Animais selvagens não acumulam gordura indefinidamente. Há um equilíbrio. Ter gordura demais pode torná-los lentos e vulneráveis a predadores. Ter gordura de menos pode ser fatal em tempos de escassez. Nos humanos, os estudos mostram que um leve sobrepeso (IMC por volta de 27) está associado a uma maior taxa de sobrevivência em casos de doenças graves, como câncer, insuficiência renal e doenças cardiovasculares – especialmente em indivíduos acima dos 70 anos. Por outro lado, a restrição calórica tem sido apontada como um fator de longevidade. Em experimentos, animais submetidos a dietas de baixa caloria vivem mais. Okinawa, um dos locais com a maior concentração de centenários do mundo, apresenta um consumo alimentar reduzido em comparação com outras regiões do Japão. Então, o que pesa mais: estar magro ou ter gordura de reserva? A resposta não é simples, porque o impacto da gordura vai além de sua quantidade. A BIOENERGÉTICA DA GORDURA: UM JOGO DE CUSTOS E BENEFÍCIOS O armazenamento de gordura não acontece sem um preço. Para acumular gordura, as mitocôndrias precisam reduzir a produção de ATP e gerar mais radicais livres, induzindo estresse oxidativo. Isso significa que, ao longo dos anos, o processo de armazenamento contínuo pode levar à degradação mitocondrial e ao envelhecimento precoce. Esse é um dos motivos pelos quais a restrição calórica pode ser benéfica: menos consumo de energia significa menos estresse oxidativo, preservando a funcionalidade celular por mais tempo. No entanto, há um dilema. Sim, a restrição calórica prolonga a vida em ambiente controlado. Mas e na natureza? Se um animal que vive sob restrição calórica for solto na selva, sua sobrevivência estará comprometida. Ele não terá reservas suficientes para enfrentar uma escassez alimentar inesperada. E o mesmo vale para os humanos. Na década de 1950, uma mudança na migração dos caribus gerou uma crise alimentar no Canadá. Entre os inuits, milhares morreram de fome. Aqueles que possuíam reservas de gordura tinham uma chance maior de sobrevivência. ENTÃO, EXISTE UM PERCENTUAL IDEAL DE GORDURA? A resposta é: depende. Se você vive em um ambiente onde o alimento é abundante e acessível, manter baixos estoques de gordura pode otimizar sua longevidade. Mas se você enfrenta doenças crônicas, já está em idade avançada ou vive em uma região sujeita a instabilidade alimentar, carregar um pouco mais de gordura pode ser uma vantagem crucial. Os humanos ancestrais entenderam isso instintivamente. Ter gordura suficiente era essencial não apenas para a sobrevivência individual, mas para a perpetuação da espécie. A natureza não vê a gordura como um erro. Ela a projetou como um mecanismo de defesa. A obesidade moderna não é o problema em si, mas sim o descompasso entre nossos instintos evolutivos e o ambiente artificial que criamos. A gordura, na dose certa, é uma dádiva. O que a tornou um fardo foi a corrupção da nossa relação com a comida. Mas isso é um assunto para outro post… Referências Bibliográficas (Formato ABNT) JOHNSON, Richard J. Nature Wants Us to Be Fat: the surprising science behind why we gain weight and how we can prevent and reverse it. Dallas: Bebbella Books, 2022. 268 p.