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00:12 - Há uma música do povo Intérprete: Mariza e Sinfonietta de Lisboa, Lisboa - 2006 Poema: Fernando Pessoa, 9-11-1928 - Poesias Inéditas (1919-1930) Música: Mário Pacheco Arranjo e regência: Jaques Morelenbaum 03:37 - Ai, Margarida Intérprete: Camané, Antena 1 - 2013 Poema: Fernando Pessoa / Álvaro de Campos Música: Mário Laginha 06:46 - Silfos ou Gnomos tocam? Intérprete: Madredeus, Centro Cultural Belém - 1993 Poema: Cartas de Fernando Pessoa a Armando Côrtes-Rodrigues, 25-9-1914 Música: António Variações 12:25 - Dança de mágoas Intérprete: Mísia Poema: Fernando Pessoa, “Cancioneiro” Música: Raúl Ferrão, Fado Carriche 16:32 - Infante Intérprete: Dulce Pontes, Istambul - 2007 Poema: Fernando Pessoa, "Mensagem" Música: Dulce Pontes, Meir Ariel e Yehuda Eder 21:07 - Presságio Intérprete: Salvador Sobral, Fórum Cultural do Seixal - 2017 Poema: Fernando Pessoa, 1928 - Poesias Inéditas (1919-1930) Música: Júlio Resende Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, Mártires, 13-6-1888 - Lisboa, Santa Catarina, 30-11-1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português. Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Enquanto poeta escreveu sob diversas personalidades - a que ele próprio chamou heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro… Robert Hass, poeta americano, a propósito dos heterónimos, comenta: "outros modernistas como Yeats, Pound, Eliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente… Pessoa inventava poetas inteiros". Poemas originais de Fernando Pessoa: __ Há uma música do povo __ Há uma música do povo, Nem sei dizer se é um fado — Que ouvindo-a há um chiste novo No ser que tenho guardado... Ouvindo-a sou quem seria Se desejar fosse ser... É uma simples melodia Das que se aprendem a viver... E ouço-a embalado e sozinho... É essa mesma que eu quis... Perdi a fé e o caminho... Quem não fui é que é feliz. Mas é tão consoladora A vaga e triste canção... Que a minha alma já não chora Nem eu tenho coração... Se uma emoção estrangeira, Um erro de sonho ido... Canto de qualquer maneira E acaba com um sentido! 9-11-1928, Poesias Inéditas (1919-1930) __ Ai, Margarida __ Ai, Margarida, Se eu te desse a minha vida, Que farias tu com ela? — Tirava os brincos do prego, Casava c'um homem cego E ia morar para a Estrela. Mas, Margarida, Se eu te desse a minha vida, Que diria tua mãe? — (Ela conhece-me a fundo.) Que há muito parvo no mundo, E que eras parvo também. E, Margarida, Se eu te desse a minha vida No sentido de morrer? — Eu iria ao teu enterro, Mas achava que era um erro Querer amar sem viver. Mas, Margarida, Se este dar-te a minha vida Não fosse senão poesia? — Então, filho, nada feito. Fica tudo sem efeito. Nesta casa não se fia. Comunicado pelo Engenheiro Naval Sr. Álvaro de Campos em estado de inconsciência alcoólica __ Elfos ou gnomos tocam __ Elfos ou gnomos tocam?... Roçam nos pinheirais Sombras e bafos leves De ritmos musicais... Ondulam como em voltas De estradas não sei onde, Ou como alguém que entre árvores Ora se mostra ou esconde... Forma longínqua e incerta Do que eu nunca terei... Mal ouço e quase choro... Porque choro não sei... Tão ténue melodia Que mal sei se ela existe Ou se é só o crepúsculo, Os pinhais e eu estar triste... Mas cessa, como uma brisa, Esquece a forma aos seus ais, E agora não há mais música Do que a dos pinheirais... 25-09-1914, Cartas de Pessoa a Armando Côrtes-Rodrigues __ Como Inútil Taça Cheia __ Como inútil taça cheia Que ninguém ergue da mesa Transborda de dor alheia Meu coração sem tristeza. Sonhos de mágoa figura Só para ter que sentir E assim não tem a amargura Que se temeu a fingir. Ficção num palco sem tábuas Vestida de papel seda Mima uma dança de mágoas Para que nada suceda. "Cancioneiro" __ O Infante __ Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse. Sagrou-te, e foste desvendando a espuma. E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou, correndo, até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira, de repente, Surgir, redonda, do azul profundo. Quem te sagrou criou-te português. Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal! "Mensagem" __ O amor, quando se revela __ O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar pra ela, Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente... Cala: parece esquecer... Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse Pra saber que a estão a amar! Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente! Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar... 1928, Poesias Inéditas (1919-1930)